Coimbra
Me permitindo outro salto no tempo, e aproveitando o fato de estar atualmente no Porto, passo a relatar os passeios que estou fazendo agora!
Falo então de Coimbra!
Já conhecíamos a Universidade, a Biblioteca Joanina, e só.
Dessa vez, saímos de casa em Vila Nova de Gaia por volta das 9:30 da manhã e lá pelas 11 horas estávamos em Coimbra. Fomos de carro.
Estacionamos perto da Ponte de Santa Clara. Pelas redondezas existem muitos estacionamentos privados e públicos e de lá se tem um bom acesso à zona histórica.
Começamos nossa caminhada nos embrenhando pelas ruas do centro histórico, passando pela Praça do Comércio, e nos deixando perder pelas ruelas da “Baixinha”.
É em Coimbra que está enterrado o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, Afonso I de Portugal, no Mosteiro de Santa Cruz.
Continuando o caminho, passamos pelo Arco de Almedina, remanescente da antiga muralha da cidade, e continuamos a subir pela rua de Quebra-Costas, num ambiente que fez lembrar a Alfama em Lisboa, até chegarmos à Sé Velha, a catedral histórica de Coimbra, do século XII, dos tempos de Dom Afonso Henriques.
Em Coimbra foi estabelecida sua Corte e a capital do novo reino.
A cidade de Coimbra foi conquistada aos muçulmanos no ano de 1064. E é lá que começa a primeira geração de portugueses entendidos como tal.
O primeiro governador de Coimbra foi Sesnando Davides, um moçárabe – cristão que viveu sob governo árabe e que adotou costumes árabes – da região de Tentúgal, em Portugal. Está sepultado na Sé velha.
O claustro da Sé começou a ser construído em 1218 e foi lá que se estabeleceu a primeira escola catedralítica portuguesa, que havia sido fundada em 1064 e que é a origem histórica da Universidade de Coimbra, do século XIV.
Na parte superior do claustro, que já não existe mais, existia um importante scriptorium, onde trabalhavam monges copistas.
A entrada custa 2,50 euros, que pagamos com muito gosto, pois contribuem para a manutenção do monumento.
Saindo da Sé Velha, continuamos nossa caminhada colina acima até chegarmos ao Museu Nacional Machado De Castro.
O nome do museu é em homenagem a Joaquim Machado de Castro, escultor português do século XVIII, que fez a escultura de Dom José na Praça do Comércio em Lisboa.
Posso afirmar, sem medo de errar, que é um dos museus mais magníficos que já visitei.
Iniciamos a visita pelo criptopórtico romano construído em dois andares na cidade de Aeminium, hoje, Coimbra.
Um criptopórtico era uma construção romana de função de fundação estrutural para sustentação de um fórum, que podia ser utilizada como armazenamento de bens.
Quem não quiser visitar a coleção permanente do museu pode adquirir ingressos apenas para o criptopórtico por 3 euros, mas vai perder um deslumbrante museu.
A coleção do museu, basicamente de arte sacra, é dividida por séculos, e por tipo de manifestação artística.
Assim, temos escultura, pintura, ourivesaria e faiança.
Não vou ficar me detendo nos pormenores do museu, até porque nada como a surpresa.
Surpresa que eu vivenciei. Não esperava ver um museu tão impressionante.
Mas como todo museu, para realmente conhecer todo o seu acervo, é preciso tempo. Assim que uma primeira visita é apenas um “aperitivo” de tudo o que o museu tem a oferecer.
Posto algumas fotos das peças que mais me impressionaram para dar uma breve ideia do que é oferecido aos olhos de quem quer ver.



Não posso deixar de falar do momento da história contada. Ao sairmos do museu, no saguão principal, nos deparamos com contadores de história para crianças.
O diferente é que vimos duas contadoras ao mesmo tempo. Uma contando para crianças que ouviam e outra, contando ao mesmo tempo a história em libras, para crianças com dificuldades auditivas. Impressionante iniciativa!
O museu fica aberto às terças feiras de 14:00h às 18:00h e de quartas feiras a domingos de 10:00h às 18:00h, sendo a última entrada trinta minutos antes do fechamento. Mas 30 minutos não dá para nada!
A admissão geral custa 6 euros.
Está fechado 1 de janeiro, páscoa, 1 de maio, 4 de julho, 24 e 25 de dezembro.
Estudantes com documentação pagam 50%, assim como maiores de 65.
Não falo aqui da Universidade, que não visitamos dessa vez. Tampouco da biblioteca joanina, visitas imperdíveis também. O que mostra que Coimbra não é uma cidade para apenas um dia de visita.
Às 18:00h é possível assistir apresentações de fado em locais diversos na cidade.
Terminamos nosso passeio visitando a Quinta das Lágrimas, uma casa do século XVIII, que hoje é um hotel de luxo. Por lá passaram o duque de Wellington, que combateu Napoleão Bonaparte e o nosso Dom Pedro II, Imperador do Brasil.
Em seus jardins se situa a Fonte das Lágrimas, onde muito antes da casa ser construída, em 1355, teria sido morta a senhora Inês de Castro, o amor de Dom Pedro I de Portugal, que chegou tarde demais para salvar sua amada, mandada matar por seu pai, o rei D. Afonso IV.
Vem dessa tragédia de amor o ditado “agora Inês é morta”.
Pedro e Inês eram primos, mas Inês era uma aia galega e D. Afonso IV nutria ódio pelo marido da mulher que criou Inês. Além disso o irmão adotivo de Inês liderou uma revolta de senhores de Castela contra D. Pedro I de Portugal e queria convencer D. Pedro I a reivindicar a coroa de Castela usando sua meia irmã Inês para influenciá-lo.
A solução do rei foi mandar matar Inês.
Quando se tornou rei, D. Pedro mandou executar os algozes de sua amada arrancando-lhes o coração pelas costas!
O rei teria casado secretamente com Inês e a coroou como rainha depois de morta e obrigou os súditos a beijar sua mão cadáver.
A história faz parte dos Lusíadas de Camões.
O sepulcro de Pedro e Inês fica no Mosteiro de Alcobaça. Um está enterrado de frente para o outro, pois D. Pedro queria ver Inês assim que despertasse no Paraíso, depois do juízo final. Uma verdadeira história aos moldes de Romeu e Julieta de Shakespeare.
Coimbra é mesmo a capital do amor em Portugal..o livro é uma mulher e aprende-se a dizer saudade como Tão bem diz a Canção divulgada em todo o Mundo .Nasci em Coimbra á 61 anos ,estudei num liceu que envolvia a quinta dos amores ..Pedro e Inês..a
nossa … Quinta das Lágrimas.Só a Violeta para conseguir transmitir todo esse Amor ,Saudade e o Livro é mesmo uma Mulher como Ela …Obrigada fiquei comovida e eternamente grata pela sua descrição.
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